sábado, 15 de outubro de 2016

Samurai Gun - ResenhAnimes



Episódios: 13
Ano: 2004
Estúdio: Studio Egg
Gêneros: Ação, Histórico, Seinen


Sinopse: É o início da revolução industrial, e o Japão feudal está em crise. O Shogun no poder exerce seus poderes abusivos para instilar o medo e a dominação sobre seus súditos oprimidos. Espancamentos, prisões, estupros e até assassinatos são as táticas adotadas para manter seu reinado. O derramamento de sangue precisa acabar. Um grupo de samurais se une e, com o desenvolvimento de novas armas e tecnologias, eles têm a vontade e o equipamento necessários para se rebelar e lutar. Ichimatsu é um desses lutadores. Durante o dia, ele trabalha anonimamente em uma taberna local; pela noite, freqüenta os bordéis e, na escuridão, despende seu tempo como uma arma da justiça. Ele está aqui para ajudar os oprimidos. Ele é o Samurai Gun.




Samurai Gun é um anime que combina elementos históricos de forma anacrônica. Quando se pensa em samurais, logo se imagina aquela figura séria do Bushido, empunhando sua katana e capaz, se necessário, de realizar o seppuku (ritual do suicídio) sem pestanejar. Aqui, acreditem, a katana é trocada por pistolas (!). Os samurais são sobre-humanos no dom da mira, alcançando façanhas somente um pouco abaixo das de Ryo Saeba de City Hunter.

O enredo segue o personagem Ichimasu, que a despeito de ser um Samurai Gun, não gosta de matar e o faz somente para cumprir as missões destinadas pelo Conselho dos Samurais Gun. O anime é, em sua maior parte, episódico, mostrando a aventura do dia. Há uma trama envolvendo o passado do protagonista, que se resolve no fim. Alguns elementos são presentes ao longo da história, como mulheres sendo abusadas e assassinatos sumários, servindo como pano de fundo para a ação dos samurais. Paralelo a isso, os samurais vivem normalmente o cotidiano, boa parte deste ocorrendo em uma taberna que serve de quartel-general para as reuniões de planejamento das atividades.

Como dito anteriormente, o anacronismo de Samurai Gun é o ponto-chave de sua originalidade, para o bem ou para o mal. Não existiam armas de fogo automáticas no momento histórico da série, e elas são retratadas como invenções restritas ao corpo de samurais. Certamente causará certa estranheza para o espectador ver um samurai apontando sua pistola automática para um inimigo. Outro “achado” histórico aparece no final.


Os personagens são, no geral, pouco ou nada desenvolvidos. Ichimasu é o padrão dos protagonistas que não percebem a afeição da mulher próxima, mas se embrenha no destino traçado pelos sonhos de vingança. Daimon, seu fiel amigo mulherengo que o ajuda na maior parte das aventuras, forma junto com Shunkai e Sutekichi o cast de samurais homens. Do outro lado, está Ohana, uma prostituta que se torna a confidente de Ichimasu e por quem nutre uma paixão platônica, e Kurenai, talvez a mais interessante personagem, pelo trabalho que exerce na taberna e fora dela, com um temperamento mais racional e comedido. Os vilões são unidimensionais, exceto dois deles que aparecem nos episódios finais, que fazem o protagonista questionar a justiça de seu trabalho como Samurai Gun.

A arte da série é de mediana para ruim, se considerar sua época (2004). O design dos personagens é genérico e as cenas de ação ocorrem em poucos quadros. Dois ou mais deles usam tapa-olho, deixando um certo “quê” de “pirata vestindo quimono” neles.

No que tange à dublagem, nada de incomum que mereça nota. A abertura é executada por ZZ, com o tema “Samurai Crew”, um rock com passagens rappeadas, que desde logo dão o tom de um anime despretensioso com o rótulo “histórico” para certos desavisados (como este que vos escreve). O tema de encerramento, “Ienai Kotoba” de Aiko Kayo, é uma balada doce no piano, que destoa com a proposta da série. As trilhas sonoras ao longo dos episódios são previsíveis mas eficientes.

Samurai Gun é um modesto entretenimento para se passar o tempo. Não espere uma história magistral, com personagens profundos e complexos. O rótulo seinen talvez só tenha sido dado pelo ocorrência de algumas cenas um tanto violentas (mas nada comparáveis às mais sangrentas de shonens como Saint Seiya e Dragon Ball Z). Para mim, é um shonen básico de ação, sem a ótica tão comum da amizade que carrega este gênero. Se você curte temas samurais e está aberto às “licenças históricas” que a série propõe, então prepare-se para desviar dos tiros certeiros de pistolas automáticas dos samurais gun.

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